Investimento seguro e digital para a diáspora africana
A Borderless, plataforma criada pelo ex-executivo da Stripe, Joe Kinvi, está a transformar a forma como a diáspora africana investe em África. Fundada no Reino Unido, a startup permite que comunidades no exterior mobilizem capital de forma coletiva para financiar startups e projetos imobiliários no continente.
Desde o seu lançamento em versão beta no ano passado, a Borderless já processou mais de 500 mil dólares em transações. A solução foi criada após Kinvi ter enfrentado, juntamente com amigos, inúmeros obstáculos legais e bancários ao tentar investir informalmente em startups africanas através de um clube de investimento chamado Hoaq.
De remessas a ativos produtivos
Joe Kinvi afirma que, apesar da diáspora enviar milhares de milhões de dólares em remessas, pouco desse valor chega a transformar-se em ativos produtivos. O Borderless quer mudar isso.
A plataforma permite que coletivos da diáspora façam onboarding digital, aceitem pagamentos transfronteiriços e distribuam capital diretamente para vendedores verificados, contas escrow ou advogados. Desta forma, evita-se que fundos passem por familiares ou gestores locais, o que já levou a perdas significativas para muitos emigrantes.
Projetos apoiados e cobertura legal
Em poucos meses, os utilizadores da plataforma já investiram em mais de 10 startups e dois projetos imobiliários no Quénia, com valores mínimos de 1.000 USD para startups e 5.000 USD para imóveis.
A regulação do Reino Unido permite que a Borderless promova essas oportunidades de investimento sem infringir as leis de valores mobiliários. O modelo atual apoia-se em relações pré-existentes e líderes confiáveis, embora a empresa planeie escalar com ferramentas robustas de verificação de identidade e deteção de fraude.
Futuro da Borderless e mercado potencial
Além de startups e imóveis, a Borderless pretende expandir para outros ativos, como cinema africano e obrigações da diáspora. A startup monetiza através de taxas de transação, spreads cambiais e quotas de adesão.
Kinvi destaca que existem 30 mil milhões de dólares em poupanças migrantes paradas todos os anos. Plataformas de remessas como Zepz, Taptap Send, LemFi e NALA dominam os envios, mas poucas oferecem soluções para investimento de longo prazo.
Entre os investidores da Borderless estão nomes como DFS Lab, Ezra Olubi (Paystack), Olumide Soyombo e executivos da Stripe e da Google — muitos dos quais são também utilizadores da plataforma.
Fonte: TechCrunch
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