Cartões cripto ganham força nas despesas diárias
Os europeus estão a recorrer cada vez mais a cartões cripto para pequenas compras, com um número crescente de utilizadores a optar por este meio em detrimento dos bancos.
De acordo com um relatório da CEX.IO, divulgado pela Cointelegraph, 45% das transações com cartões cripto ficam abaixo dos 10 euros, numa faixa de valor onde o dinheiro vivo costumava dominar.
Uso online duplica média da zona euro
A preferência por pagamentos digitais também se acentuou. Enquanto os dados do Banco Central Europeu apontam para 21% de transações online com cartões na zona euro, os utilizadores de cartões cripto atingem 40% — praticamente o dobro da média.
Segundo a CEX.IO, este comportamento aproxima-se dos padrões dos cartões bancários tradicionais, mas com maior adesão ao digital.
Mercearias e restauração dominam os gastos
As compras de mercearias representam 59% das despesas com cartões cripto, valor próximo dos 54% registados nos cartões bancários, segundo o BCE. Já restaurantes e bares representam 19%, acima da média tradicional para este tipo de consumo presencial.
O valor médio por transação com cartões cripto é de 23,7 euros, abaixo dos 33,6 euros observados nos cartões bancários, de acordo com dados da Mastercard do primeiro trimestre de 2025.
Stablecoins lideram preferências
As stablecoins estão presentes em 73% das transações com cartões cripto. Criptomoedas como Bitcoin, Ether, Litecoin e Solana também são utilizadas em compras de alimentação, transportes e outros serviços essenciais.
Tendência alargada a outras plataformas
A tendência é confirmada por outras empresas do setor. A Oobit reportou forte uso para despesas essenciais, e a Crypto.com destacou volumes elevados em compras online.
Barclays impõe limites aos cartões de crédito
Apesar da adoção crescente, o Barclays anunciou que vai bloquear transações cripto nos cartões de crédito Barclaycard. A decisão prende-se com preocupações sobre o risco de endividamento devido à volatilidade do mercado, bem como à ausência de proteção regulatória para os consumidores.
O banco sublinhou que os clientes não têm acesso ao Financial Ombudsman Service nem ao Financial Services Compensation Scheme, ficando assim desprotegidos em caso de problemas.
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