A França investiga a Siri da Apple por recolha ilícita de dados. A informação foi confirmada esta segunda-feira pela Procuradoria de Paris, que entregou o caso a uma unidade policial especializada em cibercrime. O processo resulta de uma queixa que acusa a tecnológica norte-americana de recolher informações privadas sem autorização dos utilizadores.
Segundo a agência Reuters, a queixa foi apresentada pela organização francesa Ligue des Droits de l’Homme (LDH), após denúncias de um investigador independente.
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Queixa apresentada por investigador
O investigador tecnológico Thomas Le Bonniec revelou ser a fonte da denúncia. Ele acusa a Apple de recolher, gravar e analisar conversas da Siri sem o devido consentimento. A LDH reforçou estas alegações ao apoiar a queixa formal.
Para Le Bonniec, a abertura da investigação é um sinal positivo. “O início de uma investigação criminal envia uma mensagem clara: os direitos fundamentais importam, e há quem esteja disposto a defendê-los”, declarou o investigador à Reuters.
Resposta da Apple
Em resposta, a Apple garantiu ter reforçado as medidas de privacidade associadas à Siri. A empresa recorda que já em 2019 implementou novas regras e voltou a fazê-lo em 2025.
Num comunicado de janeiro, publicado no seu site, a Apple assegurou que as interações com a Siri não são partilhadas com empresas de marketing nem vendidas a anunciantes.
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Privacidade em debate na Europa
O caso surge num momento em que a proteção de dados está no centro do debate europeu. A investigação contra a Siri poderá reforçar a discussão sobre transparência e responsabilidade no uso de assistentes de voz e inteligência artificial.
De acordo com a Reuters, a Procuradoria de Paris ainda não avançou com mais detalhes sobre os próximos passos da investigação.