O National Cyber Security Centre (NCSC) do Reino Unido lançou um alerta direto aos líderes empresariais, afirmando que os diretores executivos que não preparem as suas empresas para ataques cibernéticos estão a comprometer o futuro dos seus negócios.
O aviso foi feito por Richard Horne, chefe da agência britânica de cibersegurança, no relatório anual publicado esta terça-feira. “Durante demasiado tempo, a cibersegurança tem sido vista como uma questão apenas técnica. Isso tem de mudar. Todos os líderes devem assumir a responsabilidade pela resiliência cibernética das suas organizações”, afirmou.
Horne reforçou que qualquer empresa que não se prepare para ataques está a correr um risco grave. “Ninguém quer acreditar que o seu negócio possa parar após um ataque cibernético. Mas quem ignora essa hipótese está a pôr o futuro em causa”, disse o responsável, citado pelo Financial Times.
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Ataques recentes expõem fragilidade empresarial
O alerta surge após uma série de ciberataques a grandes empresas britânicas, incluindo Co-op Group, M&S, Harrods e Jaguar Land Rover. O ataque à JLR foi particularmente grave, forçando a paragem da produção durante seis semanas e levando o governo a conceder um empréstimo de 1,5 mil milhões de libras para conter o impacto.
Em carta aberta, Shirine Khoury-Haq, CEO do Co-op Group, cuja empresa foi atacada em abril, apelou aos seus pares para reforçarem a defesa digital. “A responsabilidade termina connosco. Devemos proteger o negócio e preparar-nos para ataques”, afirmou.
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Governo britânico prepara lei de ciber-resiliência
O relatório do NCSC revelou 204 incidentes cibernéticos de relevância nacional entre setembro de 2024 e agosto de 2025, dos quais 18 foram classificados como altamente significativos, representando um aumento de 50% face ao ano anterior.
Face à escalada, o governo britânico prepara um projeto de lei sobre cibersegurança e resiliência, que obrigará as empresas reguladas a reportar ataques à agência em 24 horas e a reforçar a segurança nas cadeias de fornecimento.
Segundo o Financial Times, o governo quer garantir que todas as organizações planeiem o pior e testem regularmente os seus planos de continuidade. “As empresas que se preparam recuperam melhor”, conclui a carta conjunta assinada por quatro ministros, incluindo Rachel Reeves e Peter Kyle.