Em várias economias africanas, as empresas estão a abandonar os sistemas tradicionais de pagamentos internacionais, como o SWIFT. A alternativa? Stablecoins.
De acordo com o relatório Stablecoin Payments from the Ground Up, a adoção de stablecoins disparou no continente. Empresas usam-nas para enviar e receber fundos de forma mais rápida, barata e com menos barreiras cambiais.
Tron e Ethereum dominam as transações em stablecoins
Seis dos dez países africanos analisados preferem a blockchain Tron para liquidar transações com stablecoins. Egipto, Etiópia, Gana, Maurícia, Marrocos e Seicheles lideram esta tendência. Já Quénia, Nigéria, África do Sul e Uganda usam mais a Ethereum.
As empresas combinam velocidade, custo reduzido e facilidade de acesso para substituir redes convencionais. O Binance Smart Chain (BSC) também aparece em segundo plano, com presença consistente em países como Egipto e África do Sul.
USDT lidera no volume transacionado
O relatório confirma que o Tether (USDT) é a stablecoin dominante em todos os países africanos analisados. No entanto, o USD Coin (USDC) regista presença relevante em Nigéria, Uganda, África do Sul e Quénia, com quotas visíveis nas transações locais.
Tokens como DAI ou PYUSD não tiveram expressão significativa.
Yellow Card destaca-se no terreno
A Yellow Card, empresa licenciada em África, é citada como uma das principais facilitadoras desta transição. Opera em 20 países, com mais de 25 mil clientes, maioritariamente empresariais. Desde a fundação, já processou mais de 5 mil milhões USD em stablecoins.
O relatório destaca que, em muitos países africanos, os bancos não conseguem processar pagamentos internacionais e acesso ao dólar é limitado. Com as stablecoins, as empresas garantem acesso rápido a moeda forte, sem precisarem que o capital físico saia do país.
Tecnologia ajustada às necessidades locais
A adoção das stablecoins não pretende substituir as moedas locais. Em vez disso, substituem fluxos SWIFT, demorados e dispendiosos, por canais digitais mais eficazes. Em países com crises de câmbio declaradas, como a Nigéria, esta solução tem sido vital.
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