A região da África Subsariana consolidou em 2024 a sua posição como líder global no uso de serviços de mobile money, segundo o relatório The State of the Industry Report on Mobile Money 2025, publicado pela GSMA.
Com mais de 1,1 mil milhões de contas registadas, a região representa 53% do total global, destacando-se como o centro nevrálgico da transformação digital financeira no mundo. Entre os 514 milhões de utilizadores activos mensais de mobile money em todo o mundo, 283 milhões estão na África Subsariana — mais de 55% da base global de utilizadores activos.
Volume e valor das transacções lideram o ranking mundial
O relatório indica que a região movimentou US$ 1,1 biliões em transacções em 2024, o que equivale a 66% do valor total transacionado por mobile money no mundo. Este crescimento representa um aumento de 15% face a 2023, consolidando a tendência de expansão constante do setor na região.
Além disso, foram realizadas 80 mil milhões de transacções na África Subsariana durante o ano, o que representa 74% do volume global. Com esses números, a região ultrapassa com folga outras áreas como o Sul da Ásia, o Médio Oriente e a América Latina.
Impacto económico directo no PIB regional
De acordo com o relatório, o mobile money contribuiu com US$ 190 mil milhões para o Produto Interno Bruto (PIB) da África Subsariana em 2023, um aumento de US$ 40 mil milhões em relação a 2022. Em países como o Quénia, Gana, Senegal, Benim e Costa do Marfim, o impacto chega a mais de 5% do PIB nacional.
Esse efeito positivo evidencia o papel do mobile money como motor de inclusão financeira, geração de rendimento e dinamização económica. A GSMA destaca que o impacto económico deverá crescer à medida que os serviços financeiros móveis evoluem para além das simples transferências, incluindo seguros, crédito e pagamentos comerciais.
Agentes e infraestruturas em expansão
A base de agentes também cresceu. Em 2024, a região contava com 28 milhões de agentes registados, dos quais 10 milhões estavam activos mensalmente. A acessibilidade aos serviços aumentou significativamente: existem agora 755 agentes por cada 100.000 adultos, o dobro face a 2021.
Perspectivas Futuras
A GSMA conclui que o mobile money não é apenas um serviço de conveniência: é um alicerce económico. O fenómeno na África Subsariana demonstra que inovação digital, quando combinada com inclusão, pode transformar realidades de forma duradoura.
Com o aumento contínuo do número de contas activas e da rede de agentes, a região está bem posicionada para liderar a próxima fase de serviços financeiros digitais. A tendência aponta para a diversificação das ofertas, incluindo crédito, poupança e seguros móveis, que já estão em expansão.
Além disso, a crescente interoperabilidade com bancos e parceiros internacionais pode ampliar ainda mais o alcance do mobile money, especialmente no comércio, nas remessas e nos pagamentos empresariais. A GSMA prevê que, com políticas regulatórias favoráveis e investimentos estratégicos, a África Subsariana poderá manter-se como referência global de inclusão financeira digital nos próximos anos.
Fonte: The State of the Industry Report on Mobile Money 2025 — GSMA
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