Destaques do financiamento Europeu para startups
Um relatório recente, apoiado pela União Europeia (UE), revela que apenas 5% do financiamento europeu para inovação é destinado diretamente a startups. Contudo, estas empresas geraram €520 mil milhões em valor empresarial, segundo dados da Dealroom.co. O estudo analisou três programas-quadro (FP7, Horizonte 2020 e Horizonte Europa), que totalizaram €225 mil milhões em investimentos desde 2007.
Retorno significativo com investimento limitado
As startups apoiadas pela UE receberam €12 mil milhões em financiamento direto, mas atraíram €70 mil milhões em capital privado. Além disso, criaram cerca de 600 mil empregos globais. O Horizonte Europa (FP9), maior programa de inovação público do mundo (€95 mil milhões), concentrou-se em setores estratégicos como Climate Tech, Deep Tech e Biotecnologia.
Curiosamente, 80% das startups financiadas desenvolvem tecnologias físicas (hardware, robótica, energia), contrastando com o foco predominante em SaaS no ecossistema geral. Estas empresas também têm taxas de “graduação” 20% superiores às não apoiadas pela UE, alcançando mais facilmente fases avançadas de investimento.
Setores estratégicos e casos de sucesso
Entre os destaques estão:
- BioNTech: Recebeu €9,4 milhões da UE durante anos de alto risco, antes de se tornar uma das líderes mundiais em vacinas mRNA.
- ARM: Beneficiou de programas da UE nos anos 90 e hoje é uma referência em semicondutores.
- Espaço e Semiconductors: 28,3% das startups europeias nestes setores recebem apoio da UE.
Recomendações para o futuro
O relatório propõe três medidas-chave para ampliar o impacto:
- Aumentar a alocação para startups no FP10, aproveitando seu retorno económico comprovado.
- Simplificar processos, com prazos de aprovação mais curtos e critérios claros.
- Reforçar a visibilidade através de plataformas como o Dealflow.eu, conectando startups a investidores.
Desafios e oportunidades
Apesar do sucesso, 72% das startups apoiadas ainda estão em fase inicial, necessitando de mais capital para escalar. A Comissão Europeia planeja expandir iniciativas como o Fundo EIC, que já investiu €3,5 mil milhões em empresas de base científica.
O financiamento da UE tem sido vital para tecnologias de fronteira, mas o potencial é maior. Com ajustes estratégicos, as startups europeias podem fortalecer ainda mais a competitividade global da região.
Fonte: Relatório “Startups Backed by the EU’s Framework Programmes” (Dealroom.co, 2025), financiado pela UE
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