O Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) propôs um novo modelo financeiro global baseado num registo unificado tokenizado, com o objetivo de integrar moeda de bancos centrais, depósitos comerciais e obrigações governamentais numa única plataforma digital.
A proposta surge num capítulo especial do Relatório Económico Anual 2025 do BIS, que destaca a necessidade de construir um sistema monetário mais integrado e eficiente. A visão assenta em princípios comprovados de moeda sólida e na confiança que os bancos centrais inspiram, combinados com o potencial transformador da tokenização.
O que é o registo unificado tokenizado?
A tokenização representa ativos em formato digital em plataformas programáveis, permitindo que a mensagem, reconciliação e liquidação ocorram de forma automática e contínua. Este modelo pode revolucionar os pagamentos internacionais e os mercados de valores mobiliários.
Segundo Hyun Song Shin, Conselheiro Económico do BIS, a tokenização pode permitir que os meios de pagamento e a liquidação em moeda do banco central ocorram na mesma plataforma. A aplicação à banca correspondente é uma das áreas mais promissoras.
Stablecoins e papel dos bancos centrais
Apesar do crescimento das stablecoins, o BIS destaca as suas limitações estruturais. Estas não garantem aceitação ao par, nem oferecem a elasticidade ou a integridade necessárias para sustentar um sistema financeiro estável. Por isso, o seu papel futuro permanece incerto.
Parcerias e projectos-piloto
O Project Agorá, liderado pelo BIS, já está em curso com sete bancos centrais e 43 instituições privadas. A iniciativa visa aplicar a tokenização para melhorar os pagamentos transfronteiriços. Outro projeto, o Project Pine, explora como os bancos centrais podem aplicar políticas monetárias num mundo tokenizado.
Segundo Agustín Carstens, Diretor-Geral do BIS, esta transformação exige ações audaciosas por parte dos bancos centrais, em parceria com o setor privado e outras autoridades.
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