Brasil lidera transformação digital no consumo
De acordo com o Global Digital Shopping Index – Brazil Edition, publicado em abril de 2025 pela PYMNTS Intelligence em parceria com a Visa Acceptance Solutions, o Brasil está a superar economias tradicionalmente avançadas como os Estados Unidos e o Reino Unido na adoção de compras por dispositivos móveis.
Em média, 61% dos brasileiros usaram o telemóvel na sua última compra — seja online ou numa loja física. Este valor representa um aumento de 10% desde 2022, colocando o Brasil entre os quatro países mais avançados neste indicador, atrás apenas de nações como Arábia Saudita, Singapura e Emirados Árabes Unidos.

Gerações conectadas
Os dados mostram que a Geração Z lidera o uso do mobile, com 70% dos jovens brasileiros a preferirem o smartphone para comprar. Mas o mais surpreendente é que até os baby boomers brasileiros aderiram à tendência, com 49% a optar pelo telemóvel na última transação — uma das maiores taxas entre os países avaliados.
Compras presenciais com assistência digital
A pesquisa revela ainda que 36% dos consumidores no Brasil usaram o smartphone durante compras em loja física, o maior valor entre os oito países analisados. Os brasileiros usam os telemóveis para comparar preços (71%), procurar informações de produtos (67%) e confirmar formas de pagamento aceites (42%).
Frequência e preferências
O Brasil destaca-se também na frequência de atividades de compras digitais. Os consumidores locais fazem 16 dias de “vitrine digital” por mês no telemóvel, contra 13,7 dias da média global. Além disso, o país lidera em compras remotas, recolhas na loja e uso digital na loja.
Desafios persistem: fricções no pagamento
Apesar dos avanços, o relatório aponta que 99% dos consumidores brasileiros enfrentaram algum tipo de problema no pagamento, sendo os erros de processamento os mais frequentes (67%). Este cenário coloca pressão sobre os comerciantes, dos quais 33,8% expressam elevada preocupação com a capacidade dos seus sistemas de pagamento para responder às exigências futuras.
Segurança vs. conveniência
Outro ponto crítico é o uso manual de dados de pagamento, realizado por 32% dos brasileiros nas suas últimas compras online — 1,5 vezes mais do que a média global. Muitos evitam guardar credenciais por receios com segurança (60%) e falta de confiança nos comerciantes (30%).
Veja também: