CEOs apelam a Bruxelas por pausa urgente
Mais de 40 líderes de grandes empresas europeias exigem uma moratória de dois anos na aplicação do AI Act, o regulamento europeu que pretende controlar os riscos associados à inteligência artificial, segundo o Financial Times.
A carta aberta, vista pelo Financial Times, foi endereçada à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e alerta para o impacto negativo da nova lei na competitividade global da Europa.
Risco para a inovação europeia
Entre os signatários encontram-se os CEO da Airbus, BNP Paribas, Carrefour e Philips. Os líderes alertam que as regras do AI Act são demasiado complexas, sobrepostas e difíceis de implementar de forma uniforme.
Segundo a carta, o actual quadro “compromete não só o desenvolvimento de campeões europeus, como também a capacidade de todas as indústrias para escalar soluções de IA face à concorrência global”.
Falta de clareza e segurança jurídica
O maior receio prende-se com a insegurança legal. Especialistas, como Patrick Van Eecke da firma Cooley, afirmam que o regulamento é um exemplo clássico de “regulite” — excesso de regulação sem garantias de clareza.
Startups e investidores de capital de risco também manifestaram preocupações. Uma segunda carta, assinada por mais de 30 fundadores de empresas de IA e venture capitalists, considera o AI Act uma “bomba-relógio apressada”.
Bruxelas admite rever regras
Henna Virkkunen, responsável pela pasta tecnológica da UE, confirmou que a Comissão está a finalizar um “código de conduta” para orientar empresas na aplicação do AI Act a modelos como o GPT-4 da OpenAI, Gemini da Google ou Llama da Meta.
Apesar disso, Bruxelas já atrasou a publicação do código, que devia ter sido lançado em Maio, e admite suavizar algumas regras, mantendo todas as opções em aberto.
A Comissão Europeia reafirma o seu compromisso com a segurança e a harmonização das regras, mas admite estudar simplificações futuras.
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