O Consumer Financial Protection Bureau (CFPB) divulgou recentemente um relatório que analisa os impactos crescentes do modelo Buy Now, Pay Later (BNPL) no mercado financeiro dos Estados Unidos. Este sistema, que permite a compra parcelada sem juros, tem ganhado popularidade entre consumidores de diferentes faixas etárias, mas também levanta preocupações significativas.
Os Perigos do Loan Stacking
O CFPB identificou o aumento do fenómeno conhecido como loan stacking, ou acumulação de empréstimos, como um dos principais riscos. Segundo o relatório, em 2022, 63% dos utilizadores BNPL contrairam múltiplos empréstimos simultaneamente, enquanto 33% utilizaram diferentes provedores para financiar as suas compras. Esta prática compromete a saúde financeira dos consumidores, pois muitos acumulam dívidas sem perceberem o impacto total nas suas finanças.
Falta de Relatórios de Crédito
Outro ponto crítico apontado é a falta de relatórios regulares destas transações para as principais agências de crédito. Isso dificulta o monitoramento das obrigações financeiras dos utilizadores e impede que as instituições financeiras avaliem adequadamente o risco de crédito. Para os reguladores, esta lacuna representa um perigo sistémico que precisa ser abordado com urgência.
Necessidade de Regulações Mais Robustas
O relatório também sugere a implementação de regulações mais robustas para o setor BNPL, incluindo maior transparência nos termos e condições oferecidos aos consumidores. Estas medidas visam proteger os utilizadores e garantir que o crescimento deste modelo de crédito não comprometa a estabilidade financeira.
Sobre o CFPB
O Consumer Financial Protection Bureau (CFPB) é uma agência independente dos EUA criada em 2010 pelo Dodd-Frank Act para proteger consumidores de práticas financeiras abusivas. Supervisiona produtos e serviços financeiros, como cartões de crédito e empréstimos, promovendo transparência e justiça no mercado. O CFPB também educa consumidores, monitora riscos financeiros e aplica leis federais de proteção ao consumidor.
Fonte: CFPB