Co-fundador denuncia desequilíbrio nos direitos de voto
Taavet Hinrikus, um dos fundadores da Wise, apelou aos acionistas para rejeitarem a proposta de mudança da cotação principal da empresa para os Estados Unidos, de acordo com a Reuters. A votação está marcada para 28 de Julho.
A Wise, empresa de transferências de dinheiro fundada em 2011 por Hinrikus e Kristo Kaarman, anunciou em Junho o plano de passar a estar cotada em Nova Iorque. Porém, Hinrikus considera que a proposta inclui alterações ocultas na estrutura acionista.
Proposta estende privilégios a grupo restrito
A principal preocupação de Hinrikus prende-se com a extensão dos direitos de voto atribuídos às ações de Classe B. Atualmente, estas ações oferecem maior poder de voto do que as de Classe A. Inicialmente, esses direitos expirariam em Julho de 2026. A nova proposta pretende estendê-los por mais 10 anos.
Hinrikus, que detém 5,1% da empresa através da Skaala Investments, afirma que a medida concentra poder “nas mãos de poucos”, incluindo o CEO, Kristo Kaarman.
Acionistas divididos e governança em causa
Segundo a Skaala, a proposta compromete os princípios de boa governança. Combinar a mudança de cotação e a alteração dos direitos de voto numa única votação “reduz a democracia acionista” e “viola os valores da Wise”.
Outros acionistas também estariam contra a proposta, embora não tenham sido revelados nomes.
Wise defende estrutura dual e processo de votação
Em resposta, a Wise afirmou que leva a sério as críticas, mas defendeu a estrutura dual como essencial para manter uma visão de longo prazo. A empresa indicou que consultores como ISS, Glass Lewis e PIRC apoiam a proposta.
Um porta-voz garantiu que os acionistas têm estado “maioritariamente a favor” e que é legítimo votar várias mudanças numa única proposta.
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