O valor está nas competências, não no canudo
Segundo o relatório 2025 Global AI Jobs Barometer da PwC, a procura por competências práticas em inteligência artificial (IA) está a ultrapassar a valorização tradicional de graus académicos. Esta tendência tem vindo a acelerar especialmente nas ocupações mais expostas à IA.
A análise mostra que a percentagem de anúncios de emprego que exigem diploma universitário caiu mais rapidamente nas funções ligadas à IA do que em outras áreas. Isto indica uma mudança cultural profunda no mercado de trabalho global.
Diplomas em declínio no recrutamento
O estudo analisou dados de 11 países com informação qualificada, incluindo EUA, Alemanha, França, Reino Unido e Austrália. A queda na exigência de diplomas foi de 9 pontos percentuais nas ocupações automatizáveis e 7 pontos nas augmentáveis (onde a IA complementa as tarefas humanas).
Entre os motivos apontados, destaca-se o facto de a IA permitir acesso rápido ao conhecimento especializado, reduzindo a dependência de formações longas e formais. Além disso, as competências mudam tão rapidamente que os diplomas podem tornar-se obsoletos em poucos anos.
Habilidades práticas superam credenciais
Outra descoberta relevante do relatório é o prémio salarial associado às competências em IA. Em média, trabalhadores com aptidões em IA ganham mais 56% do que colegas da mesma profissão que não dominam essas ferramentas. Este prémio é transversal a todos os sectores analisados.
Funções como engenheiros de machine learning, especialistas em prompt engineering e analistas de dados com IA são altamente valorizadas. Em paralelo, há uma aposta crescente em formações técnicas curtas, aprendizagem contínua e formação em contexto de trabalho.
Abertura de oportunidades
Esta transição abre caminho à democratização do acesso ao emprego qualificado, já que muitos profissionais que não frequentaram universidades passam agora a ter acesso real a carreiras bem remuneradas, desde que tenham as competências certas.
Contudo, o relatório alerta que esta nova realidade exige adaptação rápida dos trabalhadores. O ciclo de validade das competências passou de 4 a 6 anos para apenas 12 a 18 meses, o que exige estratégias de requalificação contínua por parte das empresas.
O novo critério de valor no mercado laboral
Para os empregadores, o foco está a mudar: o que alguém sabe fazer hoje é mais importante do que o que estudou no passado. A IA está a remodelar o valor das pessoas no mercado de trabalho, e a mensagem é clara: aprender a usar IA é o novo diferencial competitivo.
Fonte: Relatório “2025 Global AI Jobs Barometer” da PWC
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