A comissária de proteção de dados da Alemanha pediu à Apple e à Google que retirem a aplicação da DeepSeek das suas lojas digitais, de acordo com a Reuters. A razão: alegadas violações das regras europeias de proteção de dados.
Segundo a comissária Meike Kamp, a startup chinesa de inteligência artificial transfere, de forma ilegal, dados pessoais de utilizadores alemães para servidores localizados na China. Kamp afirmou que a empresa não apresentou provas de que os dados estão protegidos com o mesmo nível exigido pela legislação da União Europeia.
As autoridades chinesas têm direitos de acesso muito amplos aos dados pessoais dentro da esfera de influência das empresas chinesas.
Meike Kamp, comissária de proteção de dados da Alemanha.
Pressão europeia cresce contra a DeepSeek
A DeepSeek já tinha sido bloqueada anteriormente em Itália, também por falta de transparência no uso de dados pessoais. Os Países Baixos proibiram a sua utilização em dispositivos do governo. Já a Bélgica recomendou aos funcionários públicos que evitassem a aplicação.
Em Espanha, o grupo de defesa dos consumidores OCU solicitou uma investigação à agência de proteção de dados, mas até agora não houve proibição formal.
No Reino Unido, o governo declarou que o uso da DeepSeek permanece uma decisão pessoal dos cidadãos, mas acrescentou que continuará a monitorizar riscos à segurança nacional.
A startup que abalou o mundo da IA
A DeepSeek ganhou atenção global em Janeiro de 2025 ao afirmar que tinha desenvolvido um modelo de inteligência artificial tão poderoso quanto o ChatGPT, mas com custos muito mais reduzidos. Contudo, as preocupações com a privacidade e a segurança de dados colocaram a empresa no centro das atenções regulatórias, tanto nos Estados Unidos como na Europa.
Até ao momento, a Apple não comentou o pedido alemão, e a Google confirmou apenas que está a analisar a notificação recebida.
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