Indústria de IA pode colapsar com novas regras, diz ex-Meta
Nick Clegg, ex-executivo da Meta e ex-vice-primeiro-ministro britânico, declarou que novas regras sobre direitos autorais no Reino Unido podem paralisar o setor de inteligência artificial (IA) “da noite para o dia”. A afirmação foi feita durante o Festival de Charleston, onde Clegg promovia o seu novo livro.
O Parlamento britânico discute mudanças na legislação de dados. As propostas exigem que empresas de IA revelem quais obras protegidas usam nos treinamentos dos seus modelos. O debate centra-se no Projeto de Lei de Dados (Uso e Acesso).
Consentimento prévio é “impraticável”, diz Clegg
Clegg defende que pedir permissão individual para cada obra criativa usada é logisticamente inviável. “Não vejo como isso funcionaria”, afirmou.
Em vez disso, o ex-executivo apoia um modelo de opt-out. Nesse sistema, os criadores teriam a opção de retirar as suas obras dos conjuntos de dados. Ele argumenta que impor um sistema baseado em consentimento colocaria o Reino Unido em desvantagem competitiva global.
Parlamento pressiona por transparência
A Câmara dos Lordes aprovou emendas ao projeto que obrigam as empresas a divulgar com clareza o uso de conteúdo protegido por direitos autorais. A última votação teve uma larga maioria: 287 a favor e 118 contra.
A proposta é liderada pela Baronesa Beeban Kidron, com apoio de artistas como Elton John, Dua Lipa e Paul McCartney. Estes exigem compensação e informação clara sobre o uso das suas criações.
Soluções alternativas estão em desenvolvimento
Enquanto o governo britânico resiste às emendas, entidades como a Copyright Licensing Agency e a Authors’ Licensing and Collecting Society preparam um sistema coletivo de licenciamento. O modelo, previsto para o terceiro trimestre de 2025, permitiria o uso legal de obras mediante pagamento aos criadores.
Clegg reforça que o Reino Unido deve equilibrar inovação com justiça para os criadores. A discussão reflete desafios globais sobre IA e propriedade intelectual.
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