O setor bancário africano está a enfrentar uma forte concorrência das fintechs, que têm acelerado o acesso a serviços financeiros para milhões de pessoas sem conta bancária. O crescimento das soluções digitais desafia os bancos tradicionais e impulsiona a inovação no setor financeiro do continente.
Crescimento das fintechs e digitalização
Nos últimos anos, as fintechs expandiram-se rapidamente em África. Empresas como Flutterwave, OPay e M-Pesa têm liderado a transformação digital, permitindo transferências instantâneas e pagamentos móveis sem necessidade de contas bancárias convencionais. Segundo o Compêndio dos Bancos Africanos, publicado em janeiro de 2025, o avanço da tecnologia financeira já impacta a receita dos bancos tradicionais, especialmente no setor de pagamentos.
A digitalização reduz custos e amplia a inclusão financeira. No Quénia, por exemplo, o M-Pesa responde por mais de 40% das transações financeiras do país. O continente conta com um número crescente de fintechs, destacando-se a África do Sul com 250, a Nigéria com 210 e o Egito com 190 startups do setor. As transações digitais movimentam US$ 120 bilhões na África do Sul e US$ 90 bilhões na Nigéria, refletindo a adesão do mercado às novas tecnologias.

Bancos reagem à competição
Os bancos africanos estão a adaptar-se à nova realidade. Instituições como o Standard Bank e o Ecobank têm investido em plataformas digitais para competir com as fintechs. Além disso, algumas parcerias estratégicas estão a surgir. Recentemente, bancos nigerianos associaram-se a startups para oferecer serviços inovadores e melhorar a experiência dos clientes.
Apesar da concorrência, os bancos mantêm uma vantagem regulatória. Fintechs enfrentam desafios para cumprir requisitos legais e operacionais, o que pode limitar a sua expansão. A regulamentação financeira está a evoluir, e governos africanos procuram equilibrar inovação e segurança no setor.
Impacto na inclusão financeira
A expansão das fintechs tem reduzido barreiras ao acesso financeiro em comunidades remotas. Soluções móveis permitem que pequenos comerciantes e trabalhadores informais realizem pagamentos, obtenham crédito e poupem sem recorrer a bancos tradicionais. Em países como Quénia e Nigéria, fintechs já representam entre 40% e 45% do mercado financeiro digital, demonstrando seu impacto crescente na economia.
O setor bancário africano está a mudar rapidamente. As fintechs continuam a desafiar os bancos tradicionais, promovendo maior inclusão financeira e inovação. A competitividade entre bancos e startups deve aumentar nos próximos anos, à medida que novas tecnologias e regulações moldam o mercado.
Fonte: Compêndio dos Bancos Africanos
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