O mercado britânico de fundos de criptomoedas entrou numa nova fase de competição feroz. Após o Reino Unido abrir o acesso dos investidores de retalho aos produtos ligados a criptomoedas, as gestoras iniciaram uma verdadeira guerra de preços, reduzindo comissões para níveis historicamente baixos.
De acordo com o Financial Times, as taxas dos fundos de bitcoin foram cortadas para 0,05%, tornando-os mais baratos do que a maioria dos fundos de ações e obrigações. A medida segue a decisão da Financial Conduct Authority (FCA), o regulador britânico, que levantou a proibição sobre a compra destes produtos pelos pequenos investidores.
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Bitwise e 21Shares lideram cortes agressivos
A gestora Bitwise reduziu as comissões do seu Core Bitcoin ETP de 0,2% para 0,05%, uma estratégia “efetiva por seis meses e continuando até novo aviso”. A 21Shares respondeu de imediato, baixando as taxas dos seus Core Bitcoin e Ethereum Core Staking ETPs para 0,1%.
Outros gigantes também seguiram o movimento. A Fidelity diminuiu os custos do seu Physical Bitcoin ETP para 0,25%, enquanto a Invesco reduziu para 0,1% até ao fim de 2025. Já a BlackRock, líder nos EUA com o seu iShares Bitcoin Trust de 92 mil milhões de dólares, entrou no mercado britânico com uma taxa promocional de 0,15% até janeiro.
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Investidores de retalho entram em força
Desde que a FCA abriu o mercado a 17 de outubro, o volume médio diário de transações em ETPs de bitcoin na Bolsa de Londres subiu de 2,1 para 7,2 milhões de dólares, segundo dados da Bitwise. Os ETNs de ether também duplicaram o volume, atingindo 4,4 milhões de dólares diários.
As plataformas Interactive Investor, Trading 212 e Interactive Brokers destacam-se entre as que já permitem acesso ao público.
Russell Barlow, diretor executivo da 21Shares, afirmou que o aumento dos volumes demonstra “o excecional apetite por exposição a estes ativos”.
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FCA mantém cautela regulatória
Apesar da liberalização, a FCA impôs novas regras de proteção. As gestoras estão proibidas de oferecer incentivos comerciais, devem realizar avaliações de adequação rigorosas, incluir períodos de reflexão e exibir avisos de risco claros.
A decisão reforça o equilíbrio entre a inovação e a proteção do investidor, num setor cada vez mais competitivo e regulado.

