Revolut sob escrutínio na Itália
De acordo com a Reuters, a autoridade da concorrência italiana (AGCM) abriu uma investigação à Revolut, por alegadas práticas comerciais desleais nos seus serviços bancários e de investimento. A fintech britânica terá induzido utilizadores em erro, ao promover investimentos em ações com promessas de “zero comissões”, sem revelar os custos ocultos e as limitações associadas.
Falta de transparência em ações e criptoativos
Segundo a AGCM, os produtos isentos de comissões incluíam ações fracionadas, que diferem das ações completas, especialmente nos direitos de voto e de transferência. A entidade afirma que a Revolut não informou adequadamente os clientes sobre esta diferença.
No segmento de criptoativos, a fintech também terá falhado ao não avisar que os investidores não podiam alterar definições de risco, como “stop-loss” e “take-profit”. Estas ferramentas são cruciais para ajudar os utilizadores a gerir perdas e ganhos.
Contas bloqueadas sem aviso
Outra acusação levantada pela AGCM prende-se com a suspensão agressiva de contas. A Revolut terá bloqueado acessos a fundos dos clientes, sem aviso prévio nem apoio suficiente. De acordo com o regulador, esta prática impediu os utilizadores de aceder ao seu dinheiro durante períodos prolongados.
A polícia financeira italiana e a AGCM realizaram inspeções nas instalações da Revolut Bank UAB em Itália na terça-feira.
Revolut responde: “Levamos o caso muito a sério”
Em comunicado, a Revolut confirmou que está a cooperar totalmente com as autoridades italianas e sublinhou o seu compromisso com os mais altos padrões de conformidade e proteção ao cliente. A empresa afirmou que não comentará os detalhes enquanto a investigação estiver em curso.
Expansão global e riscos regulatórios
Avaliada em 45 mil milhões de dólares, a Revolut é uma das fintechs europeias mais bem-sucedidas da última década. Opera com um modelo 100% digital e tem planos de expansão em crédito hipotecário, empréstimos ao consumo e mercado norte-americano.
Em Itália, as violações às regras de proteção do consumidor podem resultar em coimas entre 5.000 e 10 milhões de euros, de acordo com a legislação vigente.
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