Decisão judicial aponta abuso de poder pela Google
Um tribunal federal dos Estados Unidos decidiu que a Google, empresa do grupo Alphabet, violou as leis de concorrência ao dominar ilegalmente dois mercados da tecnologia de publicidade online. A sentença foi proferida pela juíza Leonie Brinkema, do tribunal de Alexandria, Virgínia.
A decisão refere-se aos mercados de servidores de anúncios para editores e às bolsas de anúncios que interligam compradores e vendedores. Segundo a juíza, a empresa abusou do seu poder ao unir ilegalmente duas partes da sua pilha tecnológica publicitária: o DFP (DoubleClick for Publishers) e o AdX (Ad Exchange).
Possível cisão do negócio publicitário da Google
Com base na decisão, o Departamento de Justiça dos EUA pode agora avançar com pedidos de medidas corretivas severas. Entre elas, está a exigência de que a Google separe o seu negócio publicitário, vendendo, por exemplo, o Google Ad Manager — que inclui tanto o AdX como o DFP.
Além disso, os tribunais poderão aplicar medidas comportamentais. Estas medidas poderiam permitir à empresa manter os seus produtos, mas com restrições. Uma das possibilidades seria proibir a Google de favorecer os seus próprios serviços nos leilões de anúncios.
Caso é mais um golpe na posição dominante da Google
Esta não é a única batalha legal enfrentada pela gigante tecnológica. Noutro processo, um juiz federal já determinou que a Google monopolizou de forma ilegal o mercado geral de pesquisas online. A decisão final sobre as medidas nesse caso deverá ser conhecida em meados de 2025.
Durante o julgamento do caso publicitário, o governo norte-americano e vários estados argumentaram que a Google usou táticas típicas de monopólios. Estas incluíram a aquisição de concorrentes, a imposição de bloqueios aos clientes e o controlo sobre como as transações publicitárias são feitas.
A defesa da Google alegou que o processo se baseia em práticas antigas. Argumentou também que a concorrência de empresas como Amazon e Comcast foi ignorada pelos procuradores.
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