O Banco de Inglaterra anunciou esta semana que irá apresentar novas propostas até 2026 para limitar a exposição dos bancos britânicos a criptoativos. Segundo apurou o CoinDesk, o objetivo é reforçar a estabilidade do sistema financeiro face à crescente volatilidade do setor.
David Bailey, diretor executivo de política prudencial do Banco de Inglaterra, afirmou que o Reino Unido está a preparar um enquadramento regulatório mais restritivo. Durante a conferência Risk Live Europe, em Londres, Bailey defendeu que o país deve começar com regras prudentes e avaliar possíveis flexibilizações no futuro.
Há casos em que é mais apropriado começar do lado mais restritivo enquanto se recolhem evidências.
David Bailey, diretor executivo de política prudencial do Banco de Inglaterra
Exposição poderá ser limitada a 1%
As propostas britânicas seguem as orientações do Comité de Basileia de Supervisão Bancária, que recomenda que a exposição dos bancos a criptoativos como o bitcoin não ultrapasse 1% do capital. Este enquadramento deverá entrar em vigor até ao início de 2026 e visa ajudar os países a monitorizar riscos associados ao setor.
O Banco de Inglaterra considera que criptoativos com elevada volatilidade e potencial de perda total de investimento exigem precaução reforçada. Assim, os bancos poderão ser desincentivados a manter grandes quantidades destes ativos nos seus balanços.
Lições aprendidas com colapsos bancários
A medida surge num contexto de maior escrutínio global, especialmente após os colapsos do Silicon Valley Bank e do Silvergate Bank, ambos com forte ligação a clientes do setor cripto. Estes eventos aumentaram a preocupação sobre como as instituições bancárias se interligam com ativos digitais.
O Reino Unido pretende garantir que o seu sistema bancário permanece sólido, mesmo num cenário de inovação acelerada no setor financeiro. Além disso, a Autoridade de Conduta Financeira (FCA) prepara um novo regime regulatório próprio para criptoativos, previsto para breve.
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