Banco digital aposta em diversificação
A fintech britânica Monzo confirmou que está nos “primeiros estágios” de um projeto para lançar um serviço móvel no Reino Unido. O plano inclui o uso de cartões digitais e-sim e a oferta de contratos mensais, segundo fontes próximas ao processo. O objetivo é diversificar as receitas, atualmente centradas na banca digital.
“Quando ouvimos dos nossos clientes que os contratos móveis podem ser um ponto de frustração, decidimos explorar como poderíamos fazer isto à maneira Monzo”, declarou o banco digital sediado em Londres.
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Terceira fintech a avançar para telecomunicações
Com 13 milhões de clientes no Reino Unido, a Monzo torna-se a terceira fintech a avançar para as telecomunicações. A Revolut e a Klarna, ambas com cerca de 11 milhões de clientes cada no mercado britânico, anunciaram planos semelhantes em 2025.
Também a Octopus, fundo que detém a fornecedora de energia homónima, está a avaliar a entrada no setor através de uma subsidiária. Estas movimentações aumentam a pressão sobre VodafoneThree, EE e Virgin Media O2, operadores tradicionais no Reino Unido.
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Impacto no mercado de telecomunicações
A Monzo deverá atuar como operador de rede móvel virtual (MVNO), que utiliza a infraestrutura das grandes operadoras e pratica preços mais baixos.
De acordo com James Robinson, analista sénior da Assembly Research, os novos concorrentes podem ter um impacto “significativo” no mercado móvel. “Estas empresas têm milhões de clientes a quem podem vender serviços adicionais e irão propor ofertas atrativas, incluindo no roaming”, explicou.
Em 2024, os MVNOs britânicos, como a Tesco Mobile e a Lebara, adicionaram 1,6 milhões de clientes. Em contrapartida, os quatro maiores operadores perderam em conjunto 180 mil assinantes, a primeira queda da história, segundo dados da Enders Analysis.
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Fintechs procuram novas fontes de receita
Os bancos digitais britânicos, como a Monzo, desafiam os quatro grandes — Lloyds, Barclays, NatWest e HSBC — com aplicações simples e baixas comissões para clientes que viajam. Apesar de atraírem utilizadores jovens, ainda não se afirmaram como a conta bancária principal de muitos clientes.
A solução tem sido criar novas linhas de negócio. A Revolut, por exemplo, lançou um serviço de investimentos em ações e criptomoedas que gerou 506 milhões de libras em receitas em 2024.