Democratas exigem cláusula que impede lucros com criptoativos durante mandato
O Senado dos Estados Unidos rejeitou um projeto de lei que visava regular as stablecoins garantidas por criptomoedas. A proposta, apoiada pela indústria de ativos digitais, não obteve os 60 votos necessários para avançar. Apenas 48 senadores votaram a favor da sua consideração, segundo noticiou a Bloomberg.
A iniciativa foi travada em meio a uma crescente polémica envolvendo o ex-presidente Donald Trump. Trump tem promovido uma memecoin com o seu nome nas redes sociais, podendo lucrar com o seu sucesso. Um empreendimento da sua família também lançou recentemente uma stablecoin própria.
Divisões políticas marcam o debate
Muitos democratas, incluindo o líder do partido no Senado, Chuck Schumer, afirmaram que o texto final do projeto não está pronto. Não existe ainda um acordo que reflita um compromisso bipartidário. Os democratas exigiram a inclusão de uma cláusula que impeça Trump e outros altos funcionários de lucrar com criptoativos enquanto estiverem em funções públicas.
Os republicanos rejeitaram essa condição. O presidente da Comissão de Bancos do Senado, Tim Scott, acusou os democratas de sofrerem de “síndrome de aversão a Trump”.
A senadora Elizabeth Warren, do Massachusetts, celebrou o bloqueio. Ela havia exigido a obstrução do projeto caso a cláusula ética não fosse incluída.
Tensões aumentam com memecoin de Trump
A memecoin associada a Trump viu as vendas dispararem após o anúncio de um concurso. Os maiores detentores do token poderiam ganhar um jantar privado com o ex-presidente. Para os democratas, como Warren, esse tipo de incentivo é considerado corrupto.
Dois republicanos, Rand Paul e Josh Hawley, também votaram contra o avanço do projeto. Hawley defendeu a inclusão de uma cláusula para impedir gigantes tecnológicos, como Amazon e Meta, de emitirem stablecoins.
Próximos passos
Apesar do impasse, senadores como Mark Warner esperam retomar as negociações. A Circle, uma das maiores emissoras de stablecoins, apelou a um compromisso urgente. Para Dante Disparte, da Circle, os riscos para os consumidores e para a competitividade dos EUA são demasiado elevados para permitir mais atrasos.
Fonte: Bloomberg
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