CEO da Meta aponta o TikTok como ameaça direta
Durante o julgamento antitrust da Meta nos EUA, Mark Zuckerberg declarou que a chegada do TikTok representou uma ameaça significativa para a empresa. O CEO reconheceu que, desde 2018, o crescimento da Meta “abrandou drasticamente” devido à popularidade da aplicação de vídeos curtos, de acordo com a Bloomberg e outros meios.
Zuckerberg descreveu o TikTok como uma “prioridade máxima” e uma ameaça “altamente urgente”. A audiência faz parte do processo movido pela Comissão Federal do Comércio (FTC) contra a Meta, que poderá resultar na separação do Instagram e do WhatsApp como empresas distintas.
Estratégias alteradas após a chegada do TikTok
O TikTok, propriedade da ByteDance, surgiu após a fusão com o Musical.ly em 2018. Nesse mesmo ano, a Meta — ainda com o nome de Facebook — alterou a forma de divulgar os seus dados. Em vez de reportar os utilizadores apenas do Facebook, passou a divulgar números da “família de aplicações”, incluindo Instagram e WhatsApp.
Esta mudança foi uma tentativa de ocultar o abrandamento do crescimento da app principal da empresa.
Mudança de visão sobre redes sociais
Zuckerberg afirmou também que os “efeitos de rede” — a ligação entre amigos e familiares — perderam importância no crescimento das redes sociais. Hoje, as aplicações funcionam sobretudo como “motores de descoberta”. O conteúdo gerado é partilhado depois por motores de mensagens, segundo o CEO.
Apesar dessa tendência, a Meta pretende regressar às origens do Facebook. Em 2025, quer reforçar as conexões entre amigos. Para isso, já lançou novas funcionalidades, como um separador Amigos atualizado, com destaque para pedidos e interações.
Sobre o Julgamento Antitrust da Meta: O que está em jogo
A Meta (empresa que controla o Facebook, Instagram e WhatsApp), liderada por Mark Zuckerberg, está a enfrentar um dos julgamentos antitrust mais relevantes da era digital nos Estados Unidos. O processo, iniciado na segunda-feira (14), é conduzido pela Comissão Federal de Comércio (FTC), que acusa a empresa de manter um monopólio ilegal ao adquirir concorrentes emergentes como Instagram (2012) e WhatsApp (2014).
A FTC argumenta que a Meta seguiu uma estratégia deliberada de “comprar ou enterrar” rivais, sufocando a concorrência e limitando a inovação no mercado de redes sociais. Documentos internos e e-mails apresentados durante o julgamento mostram que Zuckerberg e outros executivos discutiram explicitamente a aquisição de concorrentes como forma de neutralizar ameaças ao domínio do Facebook.
Se a FTC vencer, a Meta poderá ser obrigada a se desfazer do Instagram e do WhatsApp, desmembrando parte de seu império digital e impactando profundamente o ecossistema global de redes sociais.
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