A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira, 28 de maio, a criação de um fundo público-privado de pelo menos €10 mil milhões. O objetivo é ajudar empresas tecnológicas europeias a escalar e competir com gigantes dos EUA e da China.
Estratégia para reduzir o défice de inovação
A medida faz parte da nova estratégia “Escolha a Europa para começar e expandir”, lançada em Bruxelas. O plano visa corrigir a falta de unicórnios no espaço europeu — startups com valor acima de mil milhões de dólares.
Atualmente, o continente enfrenta obstáculos que travam o crescimento das startups. Entre os principais desafios estão a regulamentação fragmentada, o difícil acesso a financiamento, a escassez de talento, e infraestruturas limitadas.
Capital de risco continua a ser um entrave
Na fase inicial, a Europa carece de capital de risco disposto a apostar em novas ideias. Em fases mais avançadas, a situação agrava-se: o financiamento norte-americano é sete vezes superior ao europeu quando as startups se preparam para entrar em bolsa.
O novo fundo, apelidado de “Fundo de Expansão Europa”, será criado em 2026. Contará com uma componente pública e aproximadamente quatro vezes mais investimento privado. Será gerido por uma entidade privada especializada em investimentos.
“Não queremos que seja uma gota no oceano. Queremos que tenha um impacto claro”, afirmou um responsável da UE citado pela Reuters.
Poupança europeia será canalizada para o investimento
A Comissão observa que grande parte da poupança dos europeus está nos bancos, que representam cerca de 300% do PIB da UE. Nos EUA, esse valor ronda os 85%.
Para alterar este cenário, o bloco europeu já está a implementar a União de Poupança e Investimento. Esta iniciativa quer redirecionar poupanças privadas para o setor empresarial, promovendo também uma indústria de pensões privadas mais robusta.
Medidas complementares para apoiar startups
Além do fundo, a Comissão Europeia propôs a criação de regras mais simples, redução da burocracia, facilitação do acesso a contratos públicos e a entrada rápida de fundadores não europeus no ecossistema.
Com estas medidas, a UE espera tornar-se mais competitiva no cenário global, oferecendo às startups condições reais para crescer e inovar.
Fonte: Reuters
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