A Comissão Europeia e a Alta Representante da União Europeia apresentaram oficialmente hoje uma nova Estratégia Digital Internacional para reforçar o papel da UE no cenário digital global. O plano coloca a inteligência artificial (IA) no centro das prioridades, num momento em que a competição tecnológica e os riscos geopolíticos aumentam.
A estratégia europeia tem como objetivo principal consolidar a cooperação internacional em tecnologia, ao mesmo tempo que promove valores fundamentais como os direitos humanos, a coesão social e a segurança digital. O foco passa por parcerias com países aliados, sobretudo através de Conselhos de Comércio e Tecnologia, Acordos de Comércio Digital e novas Redes de Parcerias Digitais.
Infraestrutura e inovação tecnológica
Entre as medidas propostas, destacam-se investimentos conjuntos do setor público e privado para apoiar as transições digitais dos países parceiros. O pacote inclui:
- Criação de Fábricas de IA;
- Apoio à infraestrutura digital pública e identidades digitais;
- Fortalecimento da cibersegurança e da conectividade segura.
A UE pretende reforçar a sua competitividade em áreas emergentes como 5G/6G, tecnologias quânticas e semicondutores, enquanto defende um modelo digital baseado em regras e transparência.
Parcerias e governação digital
Bruxelas quer liderar não só em inovação, mas também na governação digital global. A nova estratégia visa garantir que a revolução tecnológica respeita os princípios democráticos, combatendo abusos online e defendendo a liberdade de expressão, a privacidade e a proteção das crianças nas plataformas digitais.
A estratégia surge após um apelo do Conselho Europeu em abril de 2024, que solicitou uma visão coesa para fortalecer a posição da UE no mundo digital. A Comissão realizou uma consulta pública em maio, ouvindo empresas, ONGs, académicos, autoridades nacionais e cidadãos.
Segurança digital europeia
Segundo Henna Virkkunen, Vice-Presidente Executiva da Comissão, “a UE tem soluções tecnológicas para oferecer e a vontade política para inovar com os seus parceiros”. Já Kaja Kallas, Alta Representante da UE, sublinhou que “a IA e as tecnologias digitais são vitais para a defesa europeia, como se comprova pelos conflitos na Ucrânia e pelos ataques cibernéticos a Estados-Membros”.
Bruxelas compromete-se a implementar rapidamente as ações delineadas, apresentando a estratégia em diversos fóruns e eventos internacionais nas próximas semanas.
Fonte: Comissão Europeia
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