A União Europeia prepara sanções contra a stablecoin russa A7A5, apoiada no rublo e lançada em fevereiro de 2024. O token, criado pelo banqueiro moldavo Ilan Shor em parceria com o banco estatal russo Promsvyazbank, é hoje a maior stablecoin não indexada ao dólar, segundo a Bloomberg.
As medidas, ainda em discussão, proibiriam organizações e cidadãos da UE de interagir direta ou indiretamente com a A7A5. Bancos da Rússia, Bielorrússia e Ásia Central também estão na mira por alegadamente facilitarem transações de entidades sancionadas.
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Sanções seguem linha de EUA e Reino Unido
Estas ações seguem-se a restrições impostas em agosto pelos Estados Unidos e Reino Unido, que já tinham bloqueado o Capital Bank of Central Asia e exchanges do Quirguistão, como a Grinex e a Meer. As entidades foram acusadas de dar apoio à infraestrutura da stablecoin.
Em setembro, Bruxelas já tinha endurecido medidas, bloqueando todas as transações em plataformas de cripto para residentes russos. Agora, quer ir mais longe e travar tokens ligados ao rublo.
Capitalização disparou após bloqueios
Uma semana após as sanções de 19 de setembro, a capitalização da A7A5 saltou de 140 milhões para mais de 491 milhões de dólares num só dia, de acordo com a CoinMarketCap. Atualmente, mantém-se perto dos 500 milhões, representando 43% do mercado de stablecoins não indexadas ao dólar.
O segundo lugar neste segmento pertence à Circle, com a sua EURC indexada ao euro, avaliada em cerca de 255 milhões de dólares.
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Objetivos da União Europeia
Para a UE, as sanções são uma ferramenta de política externa e segurança. O Conselho Europeu afirma que servem para “atingir os responsáveis pelas políticas ou ações que a UE quer influenciar” e provocar mudanças de conduta nos visados.
Apesar das medidas, a A7A5 chegou a participar na conferência Token2049, em Singapura. A empresa montou um stand e contou com a presença do executivo Oleg Ogienko, mas acabou retirada do evento após pressão dos organizadores.