A Wise deu mais um passo para reforçar a sua presença nos Estados Unidos ao solicitar uma licença de banco fiduciário nacional, segundo a Bloomberg. O objetivo é operar diretamente com os sistemas de pagamentos da Reserva Federal e acelerar transações em dólares, a principal moeda utilizada pelos seus clientes.
A empresa, sediada em Londres, submeteu o pedido ao Office of the Comptroller of the Currency (OCC) dos EUA no dia 16 de junho. A sua operação americana ficará centralizada em Austin, no Texas, onde já conta com cerca de 450 funcionários.
Se a licença for aprovada, a Wise poderá deixar de depender de bancos intermediários e passar a liquidar pagamentos em USD diretamente, conforme o pedido analisado.
Estratégia centrada no dólar americano
Atualmente, o dólar representa quase metade de todo o volume de transações transfronteiriças da Wise. Com a nova licença, a empresa pretende transferir os clientes atuais da sua conta multimoeda para contas fiduciárias ou de custódia num banco depositário dos EUA.
A mudança faz parte de um plano mais alargado para reposicionar a empresa no mercado norte-americano. Em junho, a Wise anunciou que pretende transferir a sua principal cotação bolsista de Londres para os Estados Unidos. Um voto entre acionistas será convocado em breve.
Tendência entre fintechs
O movimento da Wise acompanha uma tendência crescente entre empresas de tecnologia financeira. A Circle, emissora de stablecoins, também apresentou pedido para criar um banco fiduciário nacional. O mesmo ocorre com empresas como a Fiserv e a Stripe, que optaram por licenças restritas em estados como a Geórgia.
Uma licença bancária nacional poderá substituir o modelo atual baseado em licenças estaduais de transmissão de dinheiro. Também oferece maior flexibilidade para expandir produtos e serviços.
Segundo Dante Disparte, diretor de estratégia da Circle, a licença federal é vista como uma ferramenta para acelerar inovação e reduzir barreiras.
Reforço da operação nos EUA
A Wise contratou Mike Boush, antigo executivo da Goldman Sachs e líder do projeto Apple Card, para ajudar a liderar a operação americana. A empresa planeia aumentar a sua equipa em 20% nos próximos três anos.
Com esta estratégia, a Wise pretende afirmar-se como um dos principais operadores financeiros nos EUA, não apenas em transferências internacionais, mas também em infraestrutura de pagamentos.
Fonte: Bloomberg
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