O N26, banco digital alemão, enfrenta dias agitados. Investidores e o conselho de supervisão discutem uma possível mudança de liderança. Segundo a imprensa alemã, os fundadores e co-CEOs, Valentin Stalf e Maximilian Tayenthal, podem sair da gestão executiva.
As conversas envolvem o conselho, investidores e os próprios fundadores. Uma solução em análise prevê a entrada de Stalf no conselho de supervisão. Tayenthal manter-se-ia como CEO até existir um sucessor. O cenário foi avançado primeiro pela Manager Magazin e confirmado pelo Handelsblatt junto de fontes financeiras. Por isso, o tema ganhou tração no mercado.
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A pressão aumentou nos últimos meses. No quarto trimestre de 2024, o BaFin, o supervisor financeiro alemão, realizou uma inspeção especial. O supervisor identificou novamente fragilidades, nomeadamente nos sistemas de controlo interno. As eventuais consequências ainda não são claras. Contudo, o escrutínio regulatório permanece elevado.
“Não comentamos especulações”, afirmou um porta-voz do N26. “É falso afirmar que os fundadores estão prestes a ser afastados por pressão de investidores.” Apesar da resposta, as conversas continuam. Há sinais de impaciência entre alguns investidores, de acordo com fontes do setor. Entretanto, a estrutura final ainda está em aberto.
O que está em discussão
O desenho da transição é o ponto central. Assim, Stalf passaria para o órgão de fiscalização. Por sua vez, Tayenthal asseguraria a continuidade operacional até à chegada do novo CEO. O objetivo seria permitir uma passagem de testemunho com estabilidade. Além disso, a solução pretende reduzir incertezas internas e externas.
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Contexto regulatório
O N26 tem histórico recente de medidas prudenciais. Em novembro de 2021, o BaFin limitou a captação a 50 mil novos clientes por mês. A decisão citou falhas na gestão de risco. Em dezembro de 2023, o limite subiu para 60 mil. Desde junho de 2024, a restrição foi levantada e a captação voltou a ser livre. Ainda assim, o banco continua sob atenção do regulador.
Próximos passos
Por agora, o desfecho é incerto. As partes avaliam opções e calendarização. Caso avance, a transição procurará preservar a operação e a relação com reguladores. Além disso, a banca digital enfrenta concorrência intensa. Portanto, a direção futura será observada de perto por investidores e clientes. Por fim, qualquer alteração dependerá do consenso entre conselho e acionistas.